SINOPSE: A rua é abertura para outra rua. A rua inventa línguas, tipos; ela abriga os miseráveis e ela empresta a sua cena aos artistas que a tomam como refúgio. A vagabundagem é uma excelente invenção da rua. A rua inventou a classe, a raça, a angústia, o sangue. Da rua ninguém escapa, todo (o) mundo vai à rua. Ela agrupa os homens, as mulheres, as crianças, as manifestações sórdidas. Ela está aí para nós; e nós acreditamos nos tornar Nós quando nos juntamos nas ruas. Mentira. A rua seleciona, divide, limita, impede, dita. A rua não é a estrada. A rua não quer o mundo, ela se contenta com a cidade. E na cidade, milhares de poetas. Os poemas, todos pulverizados. As rugas; as ruas são como rugas de um rosto: as ruas do rosto e as rugas do chão da cidade. Se eu digo que a rua tricota com o Céu, eu não exagero em nada. Eles têm, os dois, essa potência incrível de sentir as coisas, os seres, as matérias pobres. A por-se a nu. Esta Rua, a que eu pretendo vos propor, é aquela que sai à caça imparável dos sonhos que os edifícios nos roubaram.
Classificação etária: Livre
Duração: 60min
FICHA TÉCNICA
Coreografia e interpretação: Volmir Cordeiro
Percussão: Washington Timbó
Figurino: Vinca Alonso, Volmir Cordeiro
Production: Donna Volcain
Difusão: Manakin
Co-producão: Ménagerie de Verre Com o empois de: Musée du Louvre, Laboratoires
d’Aubervilliers, LE CND - Un centre d’art pour la danse, ICI - CCN Montpellier
/ Languedoc-Roussillon
Agradecimentos à Marcella Lista et Marcela Santander Corvalan