Itinerância da 32ª Bienal de SP no Sesc em Itajaí já soma mais de 2 mil visitantes


10/11/2017 - Atualizado em 17/11/2017 - 536 visualizações

Desde a abertura no dia 06 de outubro, a Mostra Itinerante da 32ª Bienal de São Paulo no Sesc em Itajaí, já recebeu mais de 900 pessoas de forma espontânea e cerca de 1.230 estudantes em visitas agendadas por escolas públicas e privadas, universidade, institutos de ensino profissionalizante e ONGs. E ainda está em tempo de prestigiar este grande evento de artes visuais, pois a mostra segue até 03 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 21h, e aos sábados e domingos, das 10h às 16h, com entrada gratuita.

Para aproximar ainda mais o público da arte, de uma forma lúdica e educativa, também podem ser agendadas visitas mediadas e em grupos, pelo e-mail agendabienal@sesc-sc.com.br. O Sesc conta com uma equipe de nove mediadores, entre eles uma tradutora de LIBRAs, que se revezam em três turnos para atender as visitas mediadas. De acordo com o técnico de cultura do Sesc em Itajaí, Marcelo Morais, elas levam em conta a idade dos visitantes, o tempo de visitação, seu vocabulário estético e entendimento político, e também se há algum interesse do profissional que os trouxe em abordar algum tema ou obra específica.

    
    

“As mediações tem certa estrutura, mesmo que maleável, modificada a partir dos diálogos entre mediadores e público. Quando os visitantes chegam na unidade, são, depois da breve apresentação do Sesc em Itajaí, recebidos pelos mediadores para o acolhimento, momento que tem como objetivo promover um espaço seguro para o estar junto, para o compartilhamento de leituras e falas. Em seguida é introduzido o conceito da exposição, ‘Incerteza Viva’, relacionado com o que eles entendem por incerteza. É dito que a arte habita a incerteza, por isso é preciso desassociá-la do medo, sabendo que é uma condição da existência. Depois são levados à galeria e apresentados a cada trabalho, em especial, por demanda dos visitantes mesmo, ao da Ebony G. Patterson, uma instalação formada por colagens de objetos e brilhos sobre tapeçaria, e ao vídeo com o brega funk da Bárbara Wagner. De cada trabalho é dito o necessário para criar um terreno fértil para a leitura e estimular questões”, explica Marcelo.

  
  

Outra atividade recorrente realizada com as turmas é o mapa conceitual. Marcelo conta que depois que os estudantes visitam as obras e ouvem sobre os temas, processos e problemas evocados por elas, as crianças, jovens e adultos são incentivados a escrever de uma a três palavras e relacioná-las com a obra correspondente, explicando o motivo que os fez escolher ela. A partir das palavras o ambiente provocado pelos mediadores é de conversa e questionamento.

“As conversas são produtivas acima de tudo quando extrapolam a arte e se relacionam com a vida dos estudantes ou comunidade. Em uma das visitas, para incentivar os adolescentes, que estavam apreensivos em falar no momento do mapa conceitual, foram formados grupos menores e um mediador ficou responsável por cada. O grupo do trabalho da Barbara Wagner falou, além de brega funk e celebridades locais, de sonhos, de trabalhos artísticos amadores, do youtube e do desejo de virar youtuber, da circulção de conteúdo na internet, de empoderamento feminino e de política”, ressalta o técnico de cultura.A programação segue intensa. Além das oito obras expostas, foram exibidos e debatidos três vídeos que integraram a bienal, foi realizada a ativação da obra “Transnomades” do Opavivará, e uma palestra do artista Jonathas de Andrada para falar do trabalho “O peixe”, em exposição e da trajetória dele. Ainda receberemos mais quatro obras em vídeo para debate e uma palestra e uma segunda ativação de obra dos cariocas do Opavivará!

Fica o convite do Sesc!
Colaboração: Marcelo Morais, Técnico de Atividade / Setor de Cultura do Sesc em Itajaí

  
  

Para acompanhar e complementar os debates propostos na exposição presente em Itajaí, um programa de filmes, conversas abertas e ativações de obra com a participação dos artistas da 32ª Bienal estará na grade de atividades do Sesc em Itajaí.

As exibições dos filmes comissionados para a 32ª Bienal acontecem nas terças feiras no Teatro do Sesc em Itajaí. Após, são realizadas conversas abertas entre o público e convidados especiais. A mediação será conduzida por Cláudia Cárdenas, roteirista, cineasta, pesquisadora, professora e integrante do duo Srangloscope, que trabalha linguagens não narrativas em seus vídeos e filmes.

14/11, ÀS 19H, NO SESC EM ITAJAÍ: FILME/DEBATE "HUMORES ARTIFICIAIS", GABRIEL ABRANTES

Gabriel Abrantes | 1984, EUA

Joking Relationship / Humores Artificais | 30'

Sinopse: Joking Relationship [A história do humor] (2016), comissionado pela 32 a Bienal, foi rodado no Mato Grosso (Canarana e aldeias Yawalapiti e Kamayura dentro do Parque Indígena do Xingu) e em São Paulo. O filme usa do humor e da irreverência para tratar do deslocamento de povos indígenas e da ameaça ecológica de usinas hidroelétricas, incorporando assuntos de antropologia, tecnologia e política à sua narrativa ficcional. A história conta a jornada de uma indígena comediante que se une a um robô e conquista a fama na indústria cultural de massa brasileira. O filme, de natureza insólita, coloca em questão os hábitos humorísticos de diversos grupos indígenas em contraste com o progresso e a inteligência artificial.

Debate: Claudia Cárdenas e Cinthia Creatini

Cinthia: Doutora em Antropologia Social (UFSC, 2014). Mestre em Antropologia Social (UFSC 2005). Graduada em Ciências Sociais (UFRGS 2002). Etnóloga realiza pesquisas junto a distintos grupos indígenas do Brasil desde 1998. Possui experiência na coordenação de Grupos Técnicos para identificação e delimitação de terras indígenas e quilombolas, e também na coordenação de Estudos de Componentes Indígenas. Atua ainda na área audiovisual, elaborando projetos, roteiros, pesquisas e registros de documentários junto a comunidades tradicionais. Membro da Comissão para Igualdade Racial da OAB/SC. Atualmente é pesquisadora do Núcleo de Estudos e Desenvolvimentos em Conhecimento e Consciência - NEDECC (UFSC) e participa do A-Funda, Núcleo de Antropologia Fundamental do Departamento de Antropologia da UFSC.

21/11, ÀS 19H, NO SESC EM ITAJAÍ - FILME E DEBATE "GOZOLÂNDIA", PRISCILA FERNANDES

Priscila Fernandes | 1981, Portugal

Gozolândia | 17'35''

Sinopse: Na 32ª Bienal, Priscila Fernandes apresenta um filme, parte da instalação GOZOLÂNDIA E OUTROS FUTUROS (2016), comissionada para a mostra. Realizado inteiramente no Parque Ibirapuera, faz referência ao país da Cocanha, mito medieval sobre a existência de um lugar onde há comida abundante, clima ameno e onde o trabalho é desnecessário. O filme articula relações entre a estética abstrata e o binômio trabalho/ócio, atualizando essa discussão ao contexto de hoje.

Debate: Claudia Cárdenas e Paulo Emilio Cabral

Paulo Emilio: Psicanalista. Possui graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo (IPUSP) (2011). Mestre em Psicologia do Programa em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano (2015) da mesma universidade, sob orientação da Drª Ana Maria Loffredo, escreveu a tese “Ensaio sobre a Preguiça”. Participa do laboratório LAPSI - Laboratório de Psicanálise e Análise do discurso - e do laboratório psiA - Laboratório de Pesquisa e Intervenções Psicanalíticas.

24/11 ÀS 19H, NO SESC EM ITAJAÍ: CONVERSA ABERTA COM OPAVIVARÁ! Debate aberto ao público com o coletivo OPAVIVARÁ! cuja obra "Transnômades" faz parte da 32° Bienal de São Paulo e que realiza duas intervenções na cidade de Itajaí com a obra.

OPAVIVARÁ! é um coletivo artístico que faz uso de elementos do cotidiano para modificar a dinâmica dos espaços onde se insere. Eles intervêm em objetos e hábitos, alteram seu funcionamento e propõem outras engrenagens, cujo uso requer desaprender o que se pensava conhecido, de modo a reinserir o prazer e o afeto como valores políticos. Mas a criação desses objetos ganha sentido quando são trazidos a público e habitados pelos participantes, deflagrando situações, encontros e vivências que visam gerar um curto-circuito nos valores e protocolos dos sistemas nos quais atuam, seja uma praça, seja um museu. Na 32ª Bienal, o coletivo apresenta o trabalho Transnômades (2016), um conjunto de dispositivos móveis de interação pública, que circula pela exposição, por pontos específicos da cidade, buscando um diálogo com as formas de expressão do comércio ambulante. O OPAVIVARÁ! ressignifica os carrinhos movidos por tração humana e lhes confere usos ligados aos entretempos de trabalho dos próprios carregadores e carroceiros, transformando tais dispositivos em cama, cabana, biblioteca e carro de som. Trata-se de uma reflexão sobre a condição dos agentes nômades da cidade, camelôs ou carregadores: sua situação vacilante entre lei e improviso, a gambiarra como prática de subsistência e sua permanente migração.

25/11, 10H, NA PRAÇA GENÉSIO MIRANDA LINS: Bienal: Intervenção Urbana "Transnômades", Opavivará! (RJ)

O coletivo OPAVIVARÁ! percorrerá as rua de Itajaí com o trabalho Transnômades (2016), um conjunto de dispositivos móveis de interação pública, que circula pelos ambientes, buscando um diálogo com as formas de expressão do comércio ambulante e dos carregadores. O OPAVIVARÁ! ressignifica os carrinhos movidos por tração humana e lhes confere usos ligados aos entretempos de trabalho dos próprios carregadores e carroceiros, transformando tais dispositivos em cama, cabana, biblioteca e carro de som. Trata-se de uma reflexão sobre a condição dos agentes nômades da cidade: sua situação vacilante entre lei e improviso, a gambiarra como prática de subsistência e seu estado permanente de migração.



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